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Próximos ou distantes, mas sempre presentes: uso de plataformas digitais em sala de aula

Próximos ou distantes, mas sempre presentes: uso de plataformas digitais em sala de aula

Por Alex Sandro Gomes (*)

O retorno das aulas presenciais era aguardado por muitos professores, estudantes e famílias no segundo semestre de 2021. Com o início do novo ano letivo, as aulas presenciais finalmente voltaram a acontecer.

Vivi essa experiência assim que ocorreu a retomada das atividades do semestre atual. Era o mês de fevereiro de 2022, e estamos enfrentando um novo surto de gripe da variante influenza H3N2. 

Nossa universidade preferiu não obrigar os estudantes a participar de atividades presenciais, mas apenas aqueles que desejarem. 

A extensa experiência com plataformas digitais durante o que ficou conhecido como Ensino Remoto Emergencial deixou uma sensação de desgaste e cansaço em relação às interações digitais com os alunos e mesmo nas transmissões de formação profissional. 

Surgiu, então, um problema. Como ministrar aulas presenciais e virtuais ao mesmo tempo para aqueles que optaram por ficar em casa? 

Por outro lado, a experiência adquirida com o uso de plataformas digitais deixou uma flexibilidade para utilizá-las, por exemplo, em situações específicas nas quais alguns estudantes ainda não puderam retornar. O que fazer nesses casos?

Com o problema apresentado, fui ao primeiro dia de aula presencial. 

Todos os alunos estavam em casa, e a aula ocorreu como de costume nos últimos semestres: todos online. Apenas eu estava na sala de aula na universidade e não mais em casa (Figura 1).

Figura 1. Ensino remoto a partir da sala de aula

Na segunda semana, tivemos uma experiência diferente. Seis alunos compareceram, e pudemos interagir com entusiasmo devido à presença deles.

Para conseguir realizar a transmissão, usamos meu computador pessoal. Havia 33 estudantes acompanhando o encontro no Google Meet. 

O problema foi resolvido em relação à transmissão da imagem. No entanto, identificamos que quando os alunos na sala falavam, precisavam se aproximar do computador que estava fazendo a transmissão para serem ouvidos pelos demais colegas da turma. 

A dinâmica era lenta, mas conseguimos realizar nossas atividades e os estudantes puderam participar. Tenho poucas informações sobre a experiência daqueles que permaneceram em casa, mas aparentemente, a principal questão foi a lentidão da dinâmica.

Na terceira semana, tentamos resolver o problema do som e melhorar a experiência com imagens. Dez alunos estavam na sala. 

Pedimos aos estudantes que transmitissem a partir de seus celulares, que trouxeram consigo de casa. O que evoluiu dessa experiência foi a possibilidade de termos diferentes pontos de vista sendo transmitidos (Figura 2). 

Também tentamos resolver o problema do som, já que os celulares têm um microfone embutido, o que poderia diminuir a necessidade de movimentação dos estudantes até o único microfone.

Figura 2. Celulares transmitindo apresentações na sala para os colegas em casa

Em nosso último encontro, decidimos melhorar a experiência com o som. 

Vimos que quando mais de um microfone, como o do computador pessoal e mais um celular, estão habilitados na mesma sala, isso causa microfonia. 

Mas descobrimos juntos uma solução. Alguns celulares podem permanecer com seus microfones desabilitados, mas ainda transmitindo, e podemos ligar vários microfones, mantendo o som proveniente do fone de ouvido ou no modo de uso como telefone (Figura 3). Isso permite que vários colegas falem na sala, participando da conversação com os colegas que estão em casa.

Figura 3. Celular com a saída de som no microfone da orelha

Nas três situações, a visualização dos colegas que permaneceram em casa foi feita projetando suas imagens e reproduzindo o som do computador pessoal no projetor da sala. 

Na terceira configuração, quando pudemos permitir a transmissão de várias imagens e a fala de vários colegas, ainda tivemos que reduzir o som do projetor para evitar microfonia. 

Atualmente, usamos as plataformas digitais em sala de aula sempre que desejamos incluir estudantes que não podem participar das aulas presenciais, de forma comedida e confortável.

(*) Alex Sandro Gomes é Professor Titular na UFPE, Pesquisador Associado ao CNPq e mentor do Redu.Digital.

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