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A importância da estruturação de Comunidades de Aprendizagem para o treinamento e desenvolvimento em Empresas

A importância da estruturação de Comunidades de Aprendizagem para o treinamento e desenvolvimento em Empresas

No ambiente corporativo atual, a resolução de problemas e o desenvolvimento profissional se beneficiam imensamente de abordagens colaborativas de aprendizagem. Quando encontramos um problema no trabalho, tendemos a buscar referências em colegas mais experientes. Soluções propostas por esses colegas são frequentemente aprendidas mais rapidamente porque estão ligadas a situações reais já enfrentadas, tornando conhecimento implícito em explícito.

A aprendizagem como processo social: métodos de Aprendizagem Colaborativa

Jerome Bruner, em suas teorias de 1990 sobre a aprendizagem como processo social, destacou que o conhecimento mais efetivo e significativo surge da construção social, da partilha de objetivos, práticas e identidade coletiva. Bruner enfatiza que a aprendizagem é um processo construtivo baseado no processamento de informações, uso de estratégias e teste de hipóteses, em um contexto que necessita da colaboração entre os participantes. Métodos de Aprendizagem Colaborativa melhoram estratégias de resolução de problemas ao permitir que os aprendizes confrontem diversas interpretações e perspectivas de uma situação.

Comunidades de Prática no ambiente de trabalho

Neste contexto, podemos aprender muito em nossos locais de trabalho ao criar Comunidades de Prática (ou Communities of Practice, CoPs). Estas são grupos informais de pessoas que compartilham os mesmos interesses ou tarefas de trabalho, surgindo frequentemente de forma espontânea para trocar experiências, conselhos ou práticas diárias de trabalho. As novas tecnologias, especialmente as ferramentas da web 2.0, facilitaram a emergência dessas comunidades no espaço virtual, multiplicando as oportunidades de compartilhamento de conhecimentos, experiências e práticas, além da colaboração remota.

Uma Comunidade Profissional Virtual (CPV) é um espaço virtual onde trabalhadores trocam informações visando o aprendizado contínuo e crescimento. Utilizando as dimensões informacionais e participativas, a CPV se torna uma ferramenta para discussão, desenvolvimento profissional, troca de experiências e melhores práticas.

Tipos de Comunidades de Prática

Podemos definir dois tipos de comunidades de prática:

  1. Comunidades de aprendizagem que evoluem a partir de um grupo de recém-treinados que continuam a experiência colaborativa, presencial ou virtualmente, mesmo após o fim do curso de formação.
  2. Comunidades que surgem da necessidade de compartilhar experiências entre profissionais de diferentes áreas de trabalho.

No primeiro caso, a evolução quase natural é favorecida pela experiência comum de participar de um processo de formação que já os viu como um “grupo” e pelo desejo de manter o contato entre os participantes. Aqui, o objetivo é concretizá-los em autoajuda e suporte na prática do que foi aprendido, socializando problemas e estratégias e soluções para usar novos conhecimentos.

No segundo caso, comunidades profissionais são estabelecidas principalmente pela vantagem competitiva derivada da partilha de experiências e conhecimentos tácitos, vistas como uma oportunidade de crescimento coletivo e enriquecimento do repertório de conhecimentos e habilidades.

Elementos principais das Comunidades de Prática

Para resumir, os elementos estruturais que caracterizam os participantes em uma CoP são:

  • Desejo de compartilhar experiências diárias e práticas de trabalho.
  • Capacidade de trabalhar colaborativa e cooperativamente em torno de uma tarefa comum.
  • Forte identidade de grupo.
  • Espírito de ação autônomo.
  • Autogestão de processos (metacompetências).
  • Predisposição para autoaprendizagem assistida por pares (peer to peer).

Três elementos que caracterizam a aprendizagem em uma CoP metodologicamente

  • O foco deve estar no aprendiz: o conhecimento só pode ser adquirido através da construção ativa do sujeito.
  • O conhecimento está ligado ao contexto de aplicação.
  • Como o conhecimento é criado, expresso e modificado: a aprendizagem é um processo social em que aspectos emocionais e motivacionais desempenham um papel importante; portanto, a interação com outros sujeitos é a ferramenta mais eficaz para a formação e transferência de conhecimento.

Aprendizes como membros da Comunidade

A aprendizagem origina-se no caminho que o indivíduo percorre para ser identificado como membro de uma comunidade. Isso coincide não apenas com a capacidade de saber realizar uma atividade adequadamente, mas também em ter interiorizado as linguagens, valores e normas que caracterizam a comunidade. A aprendizagem não é mais entendida como a aquisição de conhecimento (aprender sobre), mas como um processo que modifica o comportamento a partir das experiências e do significado atribuído ao fazer dentro do contexto social de referência (aprender a ser).

Comunidades de Aprendizagem e Aprendizagem Colaborativa

Comunidades de aprendizagem relacionadas à organização são grupos autogeridos onde o crescimento profissional não se baseia tanto em um caminho de treinamento mapeado, mas na:

  • Compartilha de experiências.
  • Identificação de boas práticas.
  • Ajuda mútua na resolução de problemas relacionados à sua profissionalidade.

Esta Aprendizagem Colaborativa mútua segue estes passos:

  1. Se eu tenho um problema, peço ajuda a alguém que já o enfrentou (socialização do problema).
  2. Se a solução é alcançada e eu a entendo, aprendo algo novo (socialização de práticas).
  3. Se ninguém tem a solução, talvez alguém, através da colaboração dos outros, possa encontrar uma solução similar e aumentar as habilidades da comunidade (resolução de problemas) através desta colaboração.

Papéis nas Comunidades de Aprendizagem

Como mencionado anteriormente, as comunidades de aprendizagem e comunidades de prática podem ser formais ou informais, mas pode ser essencial identificar papéis:

  • Gestor de conhecimento (ou gestor científico): Sugere novos tópicos para discussão, propõe estudos de caso, fornece respostas ou esclarecimentos, constrói materiais de ensino, estabelece tempos e procedimentos de avaliação.
  • Tutor (ou facilitador): Pessoa de ligação para aspectos organizacionais, de gestão e técnicos, mediador entre o gestor científico e a comunidade, especialista em metodologias de ensino. Participa do processo de compartilhamento de materiais, anima a comunidade e facilita suas relações, detecta as necessidades da comunidade e identifica soluções concretas em termos de conteúdos, serviços e ferramentas tecnológicas.
  • Líder da comunidade: Incentiva a comunidade a participar da atividade em rede, apoia o líder científico e o tutor.

Esses papéis não precisam ser fixos, mas podem ser desempenhados em turnos pelos participantes, de acordo com suas atitudes, competências e engajamentos.

Aprendizagem Colaborativa em Redes Sociais Educativas

Dessa perspectiva, as vantagens da aprendizagem colaborativa utilizando ferramentas digitais são numerosas:

  • Remoção de restrições espaço-temporais: Os participantes podem se conectar e participar a qualquer momento, escolhendo horários que lhes convêm e permitindo que se concentrem efetivamente nas discussões.
  • Vantagens cognitivas e motivacionais: A comunicação em grupo virtual facilita a ativação de níveis cognitivos mais elevados (desenvolvimento do pensamento crítico, avaliação de estratégias de resolução de problemas, etc.) e o interesse nas atividades de estudo; também promove a responsabilidade pelo próprio processo de aprendizagem e dos outros.
  • Circulação de uma ampla gama de informações e realização de experiências significativas: O ambiente digital se torna uma ferramenta eficaz para a gestão da informação, ao facilitar a recuperação e seleção de dados submetidos a processos de avaliação e reflexão crítica.
  • Possibilidade de registrar discussões por meio de bases de dados e arquivos: Fazendo do ambiente digital uma ferramenta valiosa de pesquisa e aprendizado.
  • Possibilidade de criar verdadeiras comunidades de prática: Promovendo a conexão entre trabalho e aprendizado.

Esta é a verdadeira revolução das comunidades de aprendizagem no contexto corporativo: transformar o aprendizado em um processo social e colaborativo, aproveitando as tecnologias digitais para maximizar o potencial de desenvolvimento profissional contínuo!


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