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Egressos da Educação Superior: Por que é tão importante estudá-los?

Egressos da Educação Superior: Por que é tão importante estudá-los?

Você já parou para pensar na importância de entender as experiências dos egressos da Educação Superior? Eles têm histórias ricas sobre os caminhos que percorreram na universidade e os impactos dessa vivência em suas trajetórias profissionais e pessoais. Essas histórias não só enriquecem nosso entendimento sobre a educação, como também ajudam a moldar o futuro de novas gerações de estudantes.

Um artigo recente, publicado na Revista Educação em Páginas, traz uma análise profunda sobre como a temática dos egressos tem sido tratada na literatura acadêmica. O estudo, intitulado Egressos da Educação Superior: o que dizem alguns estudos, foca em artigos publicados em revistas de alto impacto (A1 no Qualis Capes) no ano de 2020.

Mas, afinal, o que esse estudo revela?

O que o artigo investiga?

O objetivo da pesquisa era responder à seguinte pergunta: Como a temática dos egressos da Educação Superior está sendo apresentada na literatura acadêmica? Para chegar a essa resposta, os autores analisaram 894 artigos publicados em revistas de excelência.

O que surpreende é que, desses 894, apenas seis abordaram diretamente o tema dos egressos. Isso revela uma grande lacuna: apesar da relevância do assunto, ele ainda é um campo emergente e pouco explorado.

O que foi descoberto?

Os estudos analisados trazem diferentes perspectivas sobre os egressos, desde suas trajetórias acadêmicas até os impactos de programas educacionais específicos. Alguns dos principais achados foram:

  • Relação entre desempenho acadêmico e fatores socioeconômicos: Muitos estudos indicaram que o sucesso acadêmico não depende apenas da dedicação do aluno, mas também de fatores como idade, notas no ENEM e condições socioeconômicas.
  • Egressos e políticas educacionais: Um exemplo disso é o Programa Travessia, que teve sucesso em corrigir a distorção idade-série, mas não conseguiu atender plenamente as expectativas de continuidade educacional e empregabilidade dos alunos.
  • Inserção no mercado de trabalho: Um estudo sobre egressos de pós-graduação em saúde mostrou que 96% dos participantes estavam empregados em suas áreas de formação, reforçando como os programas acadêmicos contribuem para a empregabilidade.

Além disso, o artigo também destacou uma pesquisa histórica sobre egressos e a escravidão no Brasil, apontando como a educação formal, em determinados contextos, ajudou a perpetuar desigualdades sociais.

Por que esse tema é importante?

Estudar os egressos da Educação Superior é fundamental, pois eles possuem uma visão privilegiada do sistema educacional. Eles vivenciaram na prática os desafios e os benefícios da universidade e podem apontar lacunas e pontos de melhoria nos programas educacionais. Como os próprios autores do estudo destacam, “independente da área, aquele que responde ou participa enquanto egresso traz o seu conhecimento construído em fatos vivenciados anteriormente”.

Essas vozes têm muito a ensinar sobre o que realmente funciona no ambiente acadêmico e o que precisa ser ajustado para garantir um ensino mais eficaz e inclusivo.

Reflexões finais

Ao analisar a produção científica sobre egressos da Educação Superior, fica claro que ainda há muito a ser explorado. A pesquisa revelou o potencial transformador desse tema, mas também mostrou que é necessário ampliar o olhar sobre as diversas trajetórias dos egressos.

É hora de as instituições de ensino e os pesquisadores valorizarem mais essas vozes, que podem contribuir significativamente para a melhoria da educação e da sociedade como um todo.

Se você é gestor educacional ou pesquisador, já pensou em como sua instituição ou estudo pode incorporar e valorizar as experiências dos egressos?

Fica o convite para refletir sobre isso e se juntar a Redu nessa busca por mais conhecimento e transformação no campo educacional!

Referência

SOARES, E. de F.; MUAMUNUNGA, A. C.; PAULO, A.; FELICETTI, V. L. Egressos da educação superior: o que dizem alguns estudos. Revista Educação em Páginas, Vitória da Conquista, v. 3, p. e14856, 2024. DOI: 10.22481/redupa.v3.14856. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/redupa/article/view/14856. Acesso em: 3 dez. 2024.

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