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A superação do ensino tradicional pelo ensino híbrido

A superação do ensino tradicional pelo ensino híbrido

O sistema de ensino denominado “ensino tradicional” tem uma origem antiga na história da Educação. Ainda no século XVIII, o exército prussiano adotou práticas de ensino seriado para a formação de seus contingentes. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, ao ser atestada a eficácia dessa modalidade de formação, a mesma foi rapidamente empregada em outras nações europeias, chegando à França e Inglaterra.

Esse sistema é conhecido hoje como o ‘Sistema educacional prussiano’. Este foi o primeiro sistema público de ensino, no qual valores cívicos, éticos, línguas e matemática eram ensinados. Sua finalidade era unificar a Prússia e acabou sendo utilizado para a manipulação da população através desse sistema de ensino.

Esse modelo tradicional de ensino e aprendizagem na educação coloca o instrutor no comando, tanto literal quanto metaforicamente, da sala de aula. Tradicional, nesse contexto, refere-se ao ambiente de aprendizado baseado em palestras e transmissões desenvolvidas para ambientes universitários durante a concepção inicial do ensino superior.

Apesar de a pedagogia ter evoluído como ciência nos últimos séculos, os professores ainda detêm o poder da gestão do processo de ensino e aprendizagem. Eles são considerados especialistas em determinados assuntos e trabalham para transmitir seu conhecimento aos estudantes novatos, com base em abordagens cognitivas e comportamentais de aprendizagem.

O sistema educacional brasileiro, ao contrário do que é comumente visto, não se baseia no sistema de educação iluminista. Pelo contrário, tanto os sistemas iluminista quanto o brasileiro são baseados no sistema educacional criado na Prússia no século XVIII.

No Brasil, o modelo foi sugerido por um membro de uma colônia alemã ao administrador da província de São Paulo. A carta, escrita em São Paulo em 20 de março de 1887, foi enviada por Paulo Issberner, Diretor da Escola Alemã, e Carlos Gerke, Professor da Escola Alemã. Os diretores sugeriam a implantação do modelo prussiano na formação normal no Brasil; num momento de ausência de referenciais e modelos para o ensino.

O modelo prussiano demonstrou toda a sua efetividade na formação de gerações e gerações. Essa efetividade foi muitas vezes comprovada ao longo de um período da história em que o volume de informações que precisavam ser ensinadas, de uma geração para outra, evoluía a uma velocidade moderada. A quantidade de informações a serem aprendidas poderia ser a mesma durante o mesmo período de uma geração para outra.

Desde os anos do pós-guerra, o modelo prussiano adequou-se e ainda é aceito aos modelos econômicos de produção das sociedades baseadas em uma lógica de produção e consumo. Ele é efetivo para a formação de grandes contingentes de cidadãos profissionais que atuam nos mercados em setores primários e secundários; indústria e serviço.

Os modelos de ensino e aprendizagem adequados para esse momento da economia mundial ficaram conhecidos como modelos ‘industriais’, pois a formação parecia estar ao serviço dos setores produtivos. Nesses modelos, o ensino é igualmente centrado no professor. Os estudantes participam passivamente diante dos professores. O paradigma de aprendizagem é baseado na memorização e descontextualização de fatos e fenômenos que poderiam dar sentido ao que se aprende.

Este modelo prussiano de ensino trazia nas suas estruturas escolares salas de aula em formatos rígidos, hierárquicos e focados em uma ótica de controle. Algumas das principais falhas residem no fato de não considerar a natureza da aprendizagem humana, a liberdade de escolha ou a importância do amor e das relações humanas no desenvolvimento individual e coletivo.

Globalmente, as práticas de ensino evoluem. Assistimos, à distância, a adoção de diferentes ondas tecnológicas e metodológicas e uma atualização constante das práticas de ensino, em particular as variantes do ensino híbrido.

Observando a rápida evolução tecnológica, dos modos de produção e o aumento da complexidade dos problemas a serem resolvidos e das incertezas, o ensino tradicional é uma modalidade defasada.

Hoje é muito questionado o baixo uso de tecnologias no ensino. Isso ocorre por vários fatores: (i) formação inicial incompleta dos professores, (ii) escolha de tecnologias sem a participação dos mesmos, (iii) adoção de soluções tecnológicas sem reflexão sob a perspectiva dos fenômenos de aprendizagem.

O sentido do uso de tecnologias no ensino no Brasil contemporâneo deve primar por soluções com impacto na integridade, no acolhimento, na inclusão para promover engajamento e aprendizagem dos participantes.

Nenhuma solução deveria ser investida sem adequados planejamento e acompanhamento de novas práticas de ensino. O uso adequado de tecnologias pode restituir à escola a forma natural de aprender, bem-estar e boas condições para a aprendizagem.

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