Objetos Educacionais Digitais (OEDs) para Editoras
15 de abril de 2024 2024-10-02 11:12Objetos Educacionais Digitais (OEDs) para Editoras
Objetos Educacionais Digitais (OEDs) para Editoras
Professores, os livros didáticos são ferramentas fundamentais em nossas salas de aula, e desde 2014, o PNLD trouxe uma novidade interessante: a possibilidade de incluir conteúdos digitais, chamados Objetos Educacionais Digitais (OEDs), nas coleções impressas. Esses recursos multimídia são avaliados por especialistas para garantir sua qualidade educacional.
Além disso, estamos vivenciando uma evolução no cenário educacional, com o surgimento de Recursos Educacionais Abertos (REA) e novas mídias digitais. Isso nos oferece mais opções para enriquecer nossas aulas e envolver os alunos de maneira criativa.
No entanto, alguns estudos destacam desafios, como a adaptação dos materiais para diferentes realidades, como a escola do campo. É importante que os recursos digitais sejam desenvolvidos cuidadosamente, considerando as diversas perspectivas dos alunos.
Em 2014, Amiel fez uma comparação entre o uso dos livros didáticos e a abordagem dos Recursos Educacionais Abertos (REA) no ensino básico. Com o aumento das opções de materiais impressos e digitais, é provável que os livros didáticos se tornem apenas mais uma opção entre muitas. Professores, alunos e até mesmo instituições não ligadas à educação estão criando e compartilhando recursos. Ignorar essas alternativas não é sensato. Devemos integrar um ensino crítico e aberto para aproveitar ao máximo esse cenário em evolução. A participação dos professores e alunos na criação e uso de recursos educacionais abertos pode ser muito benéfica para nossos objetivos educacionais.
Chinaglia (2015) examinou um objeto digital de aprendizagem sob a ótica dos novos letramentos e da cultura digital. Ao analisar como diferentes aspectos de design se relacionam, observou-se que a remediação acontece tanto visual quanto pedagogicamente. No entanto, essa abordagem não desafia os materiais impressos e se afasta das práticas da cultura digital e dos novos letramentos.
Amaral-Schio e Ribeiro (2018) examinaram 10 coleções aprovadas para os Anos Finais do Ensino Fundamental em uma escola pública. Elas descobriram que apenas três dessas coleções continham Objetos Educacionais Digitais (OED). Ao analisar uma dessas coleções, que continha OED, identificaram vários problemas, como a qualidade dos conteúdos matemáticos, a falta de interatividade e uma abordagem de ensino muito tradicional.
Isso levou a discussões sobre como os OED são apresentados nos livros didáticos, refletidos no Guia e explorados pelos professores de matemática. Esses resultados têm implicações para o desenvolvimento futuro de OED, pesquisas subsequentes e o conhecimento dos professores.
Na pesquisa de Silva (2023), investigou-se como os professores das escolas rurais do Distrito Federal percebem a relação entre os livros didáticos do PNLD/2019 para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental e os Recursos Educacionais Digitais (RED).
Ele examinou 11 manuais do professor e entrevistou 29 docentes de 10 escolas rurais. Os resultados mostraram que os livros didáticos tendem a retratar o ambiente rural como urbano, devido à política de distribuição. As disciplinas de geografia e história são as que mais refletem a vida no campo. A maioria dos professores usa os livros em formato impresso e acredita serem imparciais, embora reconheçam uma visão urbana dominante. Eles apoiam o uso de materiais específicos para escolas rurais e usam os RED sugeridos pelos livros para enriquecer seus ensinamentos. A conclusão é que a percepção dos professores sobre o campo é influenciada pela BNCC, pelos livros didáticos e pelos recursos digitais, mas há uma tradição que favorece materiais urbanos, gerando disputas simbólicas.
Como vemos, a produção dos Objetos Educacionais Digitais (OEDs), também chamados de objetos digitais de aprendizagem, quando acompanham livros impressos, podem ampliar as possibilidades pedagógicas. Por outro lado, a sua concepção precisa ser cuidadosa para permitir que essa ampliação seja correta, coerente e respeitosa em relação a distintas visões de mundo.
A Redu trabalha em parceria com editoras para garantir a qualidade e integração coerente desses recursos, ampliando nossas possibilidades de ensino e proporcionando uma visão mais ampla do mundo para nossos estudantes.
Referências
AMARAL-SCHIO, Rúbia Barcelos; RIBEIRO, Miguel. Objetos educacionais digitais em uma coleção de livros didáticos de Matemática. Tecnologias da informação e comunicação na educação matemática: articulações entre pesquisas, objetos de aprendizagem e representações, p. 167-187, 2018.
AMIEL, T. (2014). Recursos Educacionais Abertos: uma análise a partir do livro didático de história. Revista História Hoje, 3(5), 189–205. https://doi.org/10.20949/rhhj.v3i5.128.
CHINAGLIA, Juliana Vegas. Materiais didáticos digitais e as remidiações do livro didático impresso: uma análise dos objetos educacionais digitais. Educação & Tecnologia, v. 19, n. 2, 2015.
SILVA, Francisco Valmir da. Veredas, meandros e convergências para o fazer pedagógico dos docentes na escola do campo: do livro didático aos recursos educacionais digitais. 2023. 220 f., il. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de Brasília, Brasília, 2023.